quarta-feira, 29 de junho de 2011

Esperança

Procurando a perfeição de bailarina, dancei palavras
Estive frente a frente com Leão, em silêncio, no meio de amontoados de morte
Andei com a loucura
Desenhei nas mãos negras, de unhas azuis com a tinta da laje de Nossa Senhora
Forma desenhada de letra poéticamente cantada
Deixe-me só com meus pensamentos, não consigo continuar com você me seguindo
Voz rouca do violão soou na janela iluminada pela lua, no chão virgem de outros passos
Com poeira entre as frestas e vidros transparecendo a mesa de jantar
Ao final do dia com a rede já molhada pela chuva e o sol secando o varal, observei um beija-flor
Beija que chega no vazio dos olhares mornos de cansaço
Me faz mulher, sentir vida, tão viva, tão morna
Escama de verde prateado te fiz desejo
Melodiosa calvagada entre cordas e pandeiros

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