segunda-feira, 30 de maio de 2011

Estou

Hoje tive uma vontade louca de me expor, conceder idéias de quem realmente sou, não sendo, ou se sou, será que era? Ou já sou, ainda.

Uma música destoada nas letras, formas de buracos negros e olhos de cristal, rubi dos olhos meus.
Sou animal, instinto carnavalesco, Bacco do reino encantado.
São duas uvas verdes, profundas, me piscam, será que entendem o desespero da dor. Da confusão.
Se é real, porque a sucessão dos fatos não é exposta e marcada pela fita de ouro. Hoje o país evoluiu.
Somos um quanto uma.
Quase movimento instrumental sentimental.
Sou tão Los Hermanos. Romântica excêntrica de uma mundo sem palavras.
Jovem exercida em moldes de concreto.
Desajeito amor, mas ainda estou sua. Estou muda.
Sem jeito, sem viagem, sem sonho.
Sonoplastia num teatro vazio.
Máscara numa peça sem rosto.
Imagem num espelho sem reflexo. 

domingo, 29 de maio de 2011

O Guarani - José de Alencar

"Com efeito, o que exprime essa cadeia que liga os dois extremos de tudo o que constitui a
vida? Que quer dizer a força no ápice do poder aliada à fraqueza em todo o seu mimo; a
beleza e a graça sucedendo aos dramas terríveis e aos monstros repulsivos; a morte horrível a
par da vida brilhante?
Não é isso a poesia? O homem que nasceu, embalou-se e cresceu nesse berço perfumado; no
meio de cenas tão diversas, entre o eterno contraste do sorriso e da lágrima, da flor e do
espinho, do mel e do veneno, não é um poeta?
Poeta primitivo, canta a natureza na mesma linguagem da natureza; ignorante do que se passa
nele, vai procurar nas imagens que tem diante dos olhos, a expressão do sentimento vago e
confuso que lhe agita a alma.
Sua palavra é a que Deus escreveu com as letras que formam o livro da criação; é a flor, o
céu, a luz, a cor, o ar, o sol; sublimes coisas que a natureza fez sorrindo.
A sua frase corre como o regato que serpeja, ou salta como o rio que se despenha da cascata;
às vezes se eleva ao cimo da montanha, outras desce e rasteja como o inseto, sutil, delicada e
mimosa."

Espaço-tempo

Somos formados por uma estrutura física imutável? Moléculas, prótons e neutrons. E o resto, e o tempo? Marcado pelo relógio newtoniano?
Há uma condição no espaço capaz de produzir uma força.
"Espaço-tempo" - não é linear nem absoluto. A linearidade depende do observador. Passado e futuro estão presentes. A matéria é energia desacelerada ou cristalizada.

sábado, 21 de maio de 2011

Engoli aquelas palavras como veneno,
Arrepiou a espinha,
Relaxei as têmporas
No anil luz do dia.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

"Foi um momento de luta terrível entre o espírito e a matéria, entre a força de vontade e o poder da natureza."
O Guarani - José de Alencar

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Obnubilar

Andando com a mente a mil, pensamentos se estruturam em partículas densas, junto ao vapor das sensações. Cores, moldes, moralidades, filosofia do ser, estrutura humana, química, cálculos medidos à regra, formulações entre a realidade e o sonho. Tudo rápido demais até que entra na matrix. Enxuta a modéstia da mente e obnubila. Nada para se arranjar. Delira. Sem fixar um pensamento constante, quase não enxergar  a lousa a sua frente. Muda de espaço. Mais uma vez muda de espaço. Outra vez muda de espaço. Muda de esp. Muda. Mud. Devagar, quase lento chega a conclusões abusivas sobre o próprio ser. Escondendo-se em segredo profundo. Não conhece mais a si mesmo. Lento, quase parando. Se afasta. Concede não apropriar-se, disso ou daquilo.